Foi quando tive as piores decepções atreladas. Faz tempo que eu não venho por aqui com as minhas crônicas divertidas ou até um pouco ficcionais. Acontece que não tive nada para falar. Ou sobre o quê falar. Sendo bem real, nem o verbo eu acertei.
E ainda não sei dizer se acertei algo nesse período em que estou ausente. Mas vamos retomar os últimos eventos que pararam por aqui. Finalizei o TCC, foi dez. Passei em um mestrado e decidi não fazer.
Mudei de cidade, mudei de profissão. Mudei de rotina. Mudei tudo o que podia, e outras coisas mudaram. Porque para alguns problemas se dá a autonomia para que ele mesmo se resolva. Os tempos foram difíceis e ainda são. Entretanto, quem é você na dificuldade? Ou melhor… Quem é você na dificuldade alheia?
É quem julga, quem culpa, quem dificulta, quem ajuda, quem não liga, quem entende ou quem se importa? Ou ainda quem joga na cara, quem resolve, quem se mete, quem compartilha, quem some, quem auxilia, quem orienta, quem busca, quem humilha? Quem?
Se ninguém sabe da vida de alguém, quem sou eu para escrever sobre? Se a única coisa que tive até aqui foi quem partiu e faz falta e quem deixei partir porque não faz bem. Mais ainda, quem sou eu para permitir o que me faz bem e aceitar o que mereço?
Até a dor que julgava merecer, porque não merecer o que vem após ela? Ou a palavra ideal seria aceitar? A dor que aceitei e que me fez enxergar como duras agulhas raspando a ilusão dos olhos quase cegos por quem não merece. Porque dói se acostumar com a luz que entra e que pode ser melhor?
E por que jogar a linha no melhor ou pior se nem é sobre isso que é viver? Apenas entendi melhor o meu espaço aqui. O que me faz um pouco mais humana, o que me faz um pouco mais de verdade. Sobre o que brilha meu olho para viver. Quero viver, e tudo isso faz parte. Mas eu não sou a vida de alguém, porque isso seria impossível. Ninguém faz parte de mim. Só sei que não estamos sozinhos. Mas se não estamos sozinhos… Quem está conosco? De verdade.
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